sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Ação Magazine!! Finalmente posso falar com mais clareza...!

Olá!!

Ontem eu tive um dia daqueles... Foi a primeira vez que encarei o volante de um carro e também foi o dia em que fiz minha prova substitutiva de Administração na faculdade. Definitivamente foi tenso, mas nada que me fizesse sair correndo feito uma louca descabelada (nossa, histeria total...!)!

Entre tantos acontecimentos, houve uma coisa interessante, legal e que certamente me acrescentou muito no dia (ou na noite, já que só consegui pegar pra ler depois das 21:00hrs); antes de entrar na faculdade pra fazer a minha prova, passei numa revistaria do centro de Sorocaba e olhando sem compromisso as revistas ali, eis que vejo dois exemplares da Ação Magazine. Fui correndo procurar um caixa eletrônico (já que a banca não vende revistas no débito, sacanagem) e garanti o meu exemplar! \o/

A foto da revista que eu comprei!! Tinha acabado de ler! =3
O formato é diferente das revistas que vemos por aí. Segue uma linha semelhante a das antologias japonesas, mas com particularidades muito, mas muito nacionais. A primeira é a forma de leitura que é ocidental, da esquerda pra direita, do jeitinho como fomos ensinados na escola. Por que estou salientando esse ponto? É como o Lancaster falou em um dos parágrafos do editorial, e inclusive, foi algo que há um tempo atrás comentamos quando falei do roteiro e o desenho de uma página dele no DA; é importante o artista nacional assumir uma identidade adequada a realidade e ao meio em que vivem para o mangá. Vão vir trocentos aspirantes a desenhistas de mangá gritando e rangendo os dentes de ódio, dizendo que mangá que é mangá é feito de "trás pra frente" (putz, só de lembrar que muitos amigos meus já falaram isso pra mim... TSC TSC) e só vale se for história que se passa no Japão feudal ou numa escola japonesa. Ou pelo menos tem que ter japonês no meio (ter um nipo-descendente é até aceitável, já que somos um país miscigenado e de fato tem bastantes descendentes aqui. Mas o detalhe é esse: é descendente, não um japonês!). Já faz tempo que o mangá deixou de ser um material de exclusividade japonesa. Ele se popularizou a ponto de ser referência na forma de desenvolver storyboards de filmes. É uma linguagem universal, mas que para cada cultura, deve ser cultivada e colocada em prática, para que haja a identificação dos leitores em geral, e não apenas de uma minoria de fãs puristas, ou de pessoas que vivem dentro da redoma de vidro e não se permitem experimentar fazer algo que revela a sua própria cultura, achando que só o que vem de fora é bom. Cara, exemplificar isso com o Rock e como ele veio pra cá, sofrendo a simbiose com a nossa cultura e linguagem foi ótimo. Salientar o ponto em que coreanos fazem Manhwa, e desenham/escrevem na ordem em que eles lêem (como nós! Tudo bem que isso é um efeito pós-guerra, já que eles liam do mesmo jeito que os japoneses antes... mas isso é a cultura deles, e eles fazem assim e pronto) e com personagens de sua nacionalidade (quem leu o primeiro volume de Aflame Inferno? Ou quem acompanhou Model? São apenas exemplos de Manhwa, mas eles mostram coreanos como personagens principais, e acontecimentos em Seoul, sua capital... feito para o público deles!). É simples assim.

O conteúdo do nº 1 é de qualidade: Começa com Madenka, historia e desenhos de Will Walbr (é com "br" mesmo!), e conta a história do personagem homônimo, que precisa encarar seu destino e se tornar um herói. Diferente de usar dragões fantásticos ou onis, a história usa personagens folclóricos NOSSOS. Claro, com as devidas adaptações visuais, mas que apenas contribuem para a familiarização do público com a obra. O desenho é simples mas preciso. Fica impossível não ver a influência de clássicos como Dragon Ball, mas na minha opinião isso apenas acrescenta.

Madenka é uma referência a figuras do nosso folclore, mas com jeito de mangá!!

A segunda história, Jairo, é feita a seis mãos: Roteiros da dupla Michele Lys e Renato Csar, adicionados aos desenhos de Altair Messias. Pegando o embalo da contagem regressiva para as Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro, conta o drama de Jairo, que precisa encontrar seu caminho na vida para crescer e canalizar a energia que possui em algo que traga objetivo e forme seu caráter no caminho certo. Pra que coisa melhor que um esporte? E, por que não o boxe? Antes de parecer violento, praticar um esporte como o boxe ensina a pessoa a ter disciplina, e um mangá nacional com um conteúdo assim merece aplausos. A molecada precisa disso. Escolha acertadíssima! (sim, eu sou fã de mangás de esportes, embora não tenha habilidade NENHUMA pra fazer um desse jeito... =x)

Jairo precisa lutar contra seus problemas e canalizar sua força para o lugar certo!  A disciplina do boxe pode ajudá-lo!

A terceira história, Tunado, feita pela dupla Maurilio DNA e Victor Strang é uma referência a velocidade e a paixão por máquinas, carros personalizados. Quem joga Need for Speed (Euuuu!!! Queen of the Drift!! =P), ou gosta da franquia de filmes Velozes e Furiosos, vai ver o mangá e lembrar deles. Mas os autores advertem logo na primeira página: Corridas de Ruas são ILEGAIS (as letras garrafais são minhas). As páginas são uma aula de mecânica para os desinformados como eu! Os desenhos casam com a trama e somos apresentados ao mundo de Daniel Kawasaki, que vê em seu tio Sato, um ex-piloto extremamente habilidoso que teve de abandonar as pistas um exemplo como pessoa e um herói das pistas. Mas Daniel almeja ser maior; quer ser melhor que ele nas ruas. Ganha dele um carro de presente de aniversário (um Chevettinho... XD), mas com um "recheio" especial...! Acho super legal poder modificar um carro, personalizar, e a história conta isso de uma forma que mesmo leigos como eu conseguem entender e se identificar com a situação. Enfim, tem ação sobre 4 rodas e manda bem!

Aprecie com moderação! Direção segura na vida real, mas aqui em Tunado, ser o mais veloz nas ruas poooode!

São um total de 164 páginas, com algumas coloridas, mas o miolo em sua maioria é PB. Além das histórias, temos matérias sobre tecnologia , games e curiosidades, que completam o time da Ação.
O concurso da Ação já está correndo, e estou ansiosa pra ver os resultados. Uma coisa importante que não posso deixar de falar é que eles, os editores da revista, se interessam na nossa opinião como leitores. E pedem para que todos participem. O site da revista é esse aqui: http://www.acaomagazine.com/. Entrem, dêem uma olhada, prestigiem e para os desenhistas e roteiristas de plantão; não fique só no sonho. Torne-o realidade. Corra atrás dele, cara!! Quem sabe, eu ainda estarei lendo a sua história na Ação? Ou você pode estar lendo a minha história lá... =P

Beijos da Kari!!

6 comentários:

  1. Também acho que esse papo de que "mangá verdadeiro é feito de trás pra frente e tem que ter japonês/ser no Japão" é balela de principiante entusiasta. Nem no Japão é assim, veja só, Lady Oscar, por exemplo: é um mangá maravilhoso,um sucesso mundial,desenhado por uma japonesa e falando sobre...a França!
    Um bom roteiro e um traço bonito não precisam estar atrelados a um pais específico.

    Quanto a Ação, eu vou fazer que nem vc e só dar meus pitacos depois de ter lido, pra não correr o risco de ser levada por uma primeira impressão que de repente não faz jus a todo o conteúdo da revista.

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  2. eu também comprei Ação Magazine semana passada*-* realmente é muitoo legal a iniciativa deles de divulgarem o mangá nacional e as histórias são muito bem feitas também (mas eu não sou muito fã desses gêneros ^^')

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  3. Opa, curti o post. Concordo em maior parte, menos no caso do tunado. E nem é querendo ser chato, realmente não gostei, mas também sou do tipo que dá muita chance pra qlqr mangá, e vou continuar acompanhando muito até dar um veredicto e espero que os autores calem a minha boca.
    Boa sorte pra vc, Kari, com ctz se eu não vencer gostaria que algum de vocês conseguisse =D.

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  4. Olá, gostaria de pedir uma parceria com vc, eu DESENHEIRO, tenho um blog que gostaria que vc visitasse, se gostar entre em contato comigo, Limalee0@gmail.com, entra lá, tem uns artigos bem legais para quem desenha! e tbm muitos desenhos que eu faço! http://blogdodesenheiro.blogspot.com/

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  5. Oi Kari! também tenho a acão aqui, e postei lá no blog minhas impressõès (e tentei fazer uma resenha decente LOL)

    Mas vou continuar acompanhando até porque eu quero ver o andamento das histórias, Geralmente eu compro uns volumes a mais pra ver se realmente vou gostar da série ou não.

    Quanto a esse lance de que mangá é só aquele de trás pra frente, que tem que ter um samurai na história e blablabla isso é conversa de otaku alienado.
    Mangá é um estilo de quadrinhos, tem essas características porque é feito para o público japonês, com seus costumes e modo de leitura, apenas isso.

    Vários países, fora o Japão, fazem mangá e têm suas características próprias na história (cultura, ambientacão, etc), então porque nós não podemos também?

    Tb to correndo fazendo as páginas pro concurso, infelizmente não na média de páginas por semana que eu gostaria por conta de trabalhos finais da facul, mas ta saindo algo...XD

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  6. éé desculpe ser inconveniente comentando em posts que não tem nada a ver com o assunto. Mas aonde eu acho o teu banner para add lá no blog?

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