sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Mercado Editorial BR - Alguns comentários

E aí, galera!!

Essa semana foi especialmente corrida pra mim, pois além de fazer uma avaliação de ADM (Ah, pra quem ainda não sabe, estou fazendo faculdade de Administração de Empresas pela Uni COC de Sorocaba/SP. Já que trabalho na área, não custa nada estudar um pouco mais e me aperfeiçoar, né?), fiz a minha provinha do CFC (Kari guiando um automóvel?? PERIGO!!), e durante alguns poucos momentos relax, eu estive lendo, assistindo animes (Gente, vejam Guilty Crown. Pra quem gosta de SCI-FI é uma boa pedida!! Farei matéria em breve!!), ouvindo música (AMO o Black Eyed Peas!!) e papeando com meus amigos, que eu cutuco quando os vejo online. Quase sempre estou no modo ocupado, mas é pra não ouvir o MSN chamando quando estou ouvindo música.

Guilty Crown - Para fãs de SCI-FI.

Nossa, quanto BLABLABLA! Fala logo sobre o tema da postagem!!

Ok, ok...

Nesses bate papos informais e leituras aleatórias dos blogs que sigo, percebi uma coisa. Atualmente, parece que os desenhistas brasileiros estão conseguindo maior expressividade e ganhando também certa credibilidade dos EDITORES. Tenho notado também que em mais ou menos 15 anos em que o mangá e anime começaram a se popularizar, e alguns poucos editores se interessaram em falar sobre o tema, o mercado editorial brasileiro, em especial os editores deste mercado, parecem não ter acompanhado essa evolução.

Como assim? Onde você quer chegar com essa conversa?

Meu raciocínio é básico; não é o público que não está preparado. Não é o artista quem não sabe ser profissional. É o EDITOR quem não tem acreditado o suficiente no potencial dos artistas que temos (talentosos, já que muitos dos nossos desenhistas brilham no exterior, e nós muitas vezes nem sabemos disso), e acabam apostando em estratégias de vendas que nem sempre dão certo. E claro, como são a parte pensante do negócio, jogam a culpa do fracasso no desenhista, alegando falta de profissionalismo. Pode parecer demagogia da minha parte, exagero... Mas parem um pouquinho e analisem friamente o que estou comentando.

Shonen Jump - Exemplo de domínio do Editor sobre o Artista, mas de forma bem sucedida.

Nunca li Bakuman pra valer, aliás, eu tenho birra desse mangá. Mas convenhamos; ele mostra como o desenhista japonês trabalha, e como os editores ajudam o artista a desenvolver o lado marketing da história que eles criam. Se a ideia não é boa, eles cancelam sem dó e sem enrolação. Mas, se tem algum potencial, eles orientam, sugerem as mudanças e direcionam ao público certo. A partir daí, o artista não anda às cegas, mas tem um ponto de partida para se desenvolver. Pode parecer manipulador por um lado, mas é uma orientação valiosa para os artistas, independente da experiência que eles possuem. A escola japonesa nesse sentido é gigante. Títulos são lançados todos os meses e nos mais variados formatos (tem revistas feitas exclusivamente pra celulares!). Antologias são as mais variadas, para todas as faixas etárias e gostos. E pra quem quer ser seu próprio editor, tem o mercado independente, onde o desenhista pode lançar a sua revista sem vínculo com editora nenhuma, nossos conhecidos fanzines (ou como eles chamam lá no Japão, Doujinshi). Com a grande popularização da internet, temos também os quadrinhos online, um nicho do qual faço parte atualmente.

Para os artistas que sonham em publicar em uma editora de grande ou pequeno porte, as oportunidades tem aparecido. A mais recente é a iniciativa da Ação Magazine, que está selecionando histórias para uma possível publicação em suas páginas. Tem um monte de desenhistas ávidos pra publicar nas páginas da Ação, que tem sido uma promessa, e talvez uma das esperanças de publicação de quadrinhos nacionais. Gosto da iniciativa, mas tenho meus receios. O pessoal que é responsável pela revista é jovem e promissor. Espero que tenham uma visão ampla do nosso mercado...! E queiram crescer e ajudar outros nesse crescimento, sem ser fominha pelos holofotes.

Capa da Ação Magazine 1. De olho na iniciativa.

Agora, o outro lado da moeda: Eu tenho que fazer um comentário a respeito porque acho injusto por parte de um editor nada esclarecedor. As meninas Soni e Shirubana publicam suas séries pela HQM Editora, O Príncipe do Best Seller e Vitral, respectivamente. Quem comprou o nº 1 dessas séries está ansioso pela continuação... Eu acompanho o blog das duas e sei que não são apenas os leitores, mas elas também estão ansiosas por isso. No dia 17/11 a Soni fez uma nota oficial em respeito aos leitores das séries. Quem quiser ler a nota, acesse o link. Mas resumindo; o editor não se comunica direito com as autoras, e num tom de cobrança, exige trabalho delas enquanto ele mesmo não está cumprindo seu papel. (Será que é por isso que eu não me dou bem com editores? =P)

Volume 1 do Príncipe do Best Seller.
Volume 1 de Vitral.


Pra finalizar: Uma vez, lendo um editorial de uma revista de animação, o editor fez um comentário que hoje vejo como faz sentido; Observe a mesa do editor da revista que quer ver seus trabalhos (isso vale pra empresas também, pessoal!! É impressionante!!). Se ela for bagunçada, tenha certeza de que o cara é do mesmo jeito... Bom, pensem nisso e abram o leque para discussões sobre o assunto. Acho que vale a pena pensar nisso.

Beijo a todos!!!


8 comentários:

  1. Concordo plenamente!
    Devemos investir mais nos talentos nacionais povo!

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  2. Muito bem colocado Kari-san!! ò.ó Concordo, o mercado brasileiro ainda precisa largar as fraldas para os quadrinhos e acredito que as editoras também deveriam aprender mais com quem já trabalha com isso faz tempo... Os japoneses... eu leio Bakuman e é exatamente como você falou... o.o Se houvesse alguma editora que investisse mais em seus editores acredito que o mercado brasileiro melhoraria muito mais... deveriam colocar editores aptos a compreender e ampliar as capacidades que farão a diferença no mercado brasileiro também...

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  3. Também fui dar uma palavrinha pras meninas,eu as conheço desde antigamente e elas são admiráveis, merecem todo nosso apoio!

    O caso dos editores é aquilo que a gente já vem comentando via carta a tanto tempo: parece que eles vivem em outra realidade. Eu acho estranho o método '8 ou 80' que eles usam: ou sismam de fazer "mangá igualzinho do Japão" ou então é uma coisa "bem brasileira". A AçãoMagazine então tá 88: uma coisa do Japão brasileira que eu tenho lá minhas desconfianças, mas a revista não é minha, é deles, e cada um rema pro lado que acha mais certo.

    Enfim,problemas com revistas viram um grande jogo de empurra:Tá certo que tem muito leitor preconceituoso, mas se vc oferece algo de qualidade, consegue cativar. Tem os desenhistas iludidos, aqueles que assistiram um anime, emulam o traço e se acham os maravilhosos... esses dão um pouco mais de trabalho, mas podem 'acordar', correr atrás de aperfeiçoar a técnica e produzir coisas boas. Agora o editor fora de órbita...tem salvação?

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  4. Putz... Emocionei com as palavras Kari-chan :D
    Sempre irá existir seus ponstos positivos e negativos. Então iniciando - Como já mencionado na postagem, o que falta hoje no mercado nacional não são mais artistas, pois desenhistas que além de um grande potencial os mesmos tem responsabilidade pra iniciar um trabalho e ir até o fim sempre mostrando qualidade a um nível profissional (que aqui temos muitos deles melhores do que alguns artistas nipônicos - desculpem a expressão). E podemos confirmar isso alguns artistas nacionais que hoje desenham em revistas bem conhecidads no Japão, que se não me engano é o caso do Fábio (ele usa um pseudonimo no Japon) que atualmente está desenhando um mangá que envolve algo do tipo celular e lutas. Então Talentos nós temos a vontade aqui pra escolher - (Kari-chan você não é uma excessão viu, vc é uma ótima Mangaká).
    A pergunta então é, onde está a "chave da questão" pra tudo isso?
    O Mercado Nacional está preso em uma panelinha, sim senhores e senhoras, há sempre uma panelinha no nosso meio, infelizmente. Se entrares em contato com a editora JBC que aliás tenho um grande respeito por todos eles, pois é uma equipe que sempre trás novos títulos da Terra do Sol Nascente até nós; mas esse não é o caso... quando mencionares a eles que tem um mangá para ser publicado, eles simplesmente lhes dirão que não publicam nada nacional ah não ser um mangá produzido no Japão - então aí vemos que nem as próprias editoras (com excessões claros) se interessam ou ao menos mostram-se interessadas em olhar o material, analisá-lo e quem sabe se não vai publicar, mas tentar encaminhar pra uma outra editora e tals. A Panini é parecido o caso da JBC mas já maneiram mais nas exigências. A ÚNICA EDITORA NACIONAL que eu mesmo entrei em contato direto e obtive uma resposta agradável foi a CONRAD, eles recebem o seu material e se aprovado entram em contato com o artista para mais detalhes sobre a obra.
    Mas o assunto é, e os Editores onde ficam nessa história toda?
    Nem eu mesmo sei (não conheço nenhum rssss). Veja bem o caso das meninas criadoras de VITRAL, onde está o senso de responsabilidade do editor delas... cobrar, cobrar e cobrar sem está demostrando ao menos um pouco de trabalho; infelizmente temos que aturar essas pessoas.
    Mas vejam por um lado positivo - A Esperança sempre existirá, nem que seja em apenas em uma única pessoa, e vemos aí a equipe da Ação Magazine com essa idéia maravilhosa para o mercado nacional, e esperamos que dê tudo certo. Boa Sorte à todos nós!

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  5. UAU Kari voltou com força total nesse post hein! Foi bem informativo e agora dá pra visualizar que o mercado está tomando alguns rumos depois de tanto tempo sem nada nacional nas bancas!

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  6. muito bem dito kari
    infelizmente aki é brasil né
    e dificilmente, com esse pessoal que não acredita e nem incentiva os artistas daqui, sera dificil a gente ter alguma esperança
    só espero que a açao abra os olhos desses editores xaropes

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  7. Estou acompanhando Guilt C, e estou apaixonado!!
    Pra mim é sem dúvidas um dos melhores da temporada!!!

    Ótimo post Linda!!

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  8. Oiee Kari! Quanto tempo! =)

    Gostei do tema do seu post, e é algo que dá pano pra muita discussão. A gente já tem um mercado de mangás bem amplo no que refere a variedade de títulos, porém é título que só vem de fora.
    Já tá na hora de comecar a termos títulos nacionais sendo publicados, e eu tenho esperancas que o pessoal da Acão mude um pouco essa realidade. Sim, tem os altos e baixos da revista (eu li e ando acompanhando as novidades via twitter/facebook), mas temos que ter um pouco de otimismo de que o negócio vai dar certo.
    Sobre o lance dos editores, infelizmente a maioria parece realmente não entender NADA do assunto, além de fazer falsas promessas. Porém eu ressalto: não vamos generalizar, porque existem bons editores. Também concordo que existem bons desenhistas, tanto que muitos deles fazem trampo no exterior, mas ainda sinto que falta gente que saiba contar boas histórias. Pelos zines que compro, são poucos os que eu realmente considero terem boas histórias. E não precisa ser aquela coisa super elaborada, é saber contar história mesmo, de maneira simples, agradável e com personagens cativantes.
    Algo que de certa forma me incomoda é postura de gente em aceitar ou não críticas. Existe uma barreira entre a pessoa levar como hobby/ levar de forma independente o seu trabalho e a pessoa que pega a critica e melhora os pontos apresentados. Tinha conversado isso com uma amiga, é esse tipo de visão a meu ver que separa a pessoa que leva desenho por hobby com a que leva o desenho profissionalmente. Porque se você vai levar o desenho de forma profissional, você tem que ter em mente que você não está fazendo o seu trabalho para você, é para outra pessoa. E tem gente que não aceita isso, então como vai poder levar as criticas de um editor pra refazer seu trabalho, seja uma ilustracão, HQ, etc...? A pessoa tem que encarar como trabalho, por mais perfeito que possa parecer o desenho pra você, pra outra pessoa pode não ser, ou não ser do jeito que ela esperava.
    Tem gente que acha que ser desenhista é fácil, que é só desenhar o que dá na telha que todo mundo vai aceitar, você vai ganhar rios de dinheiro e tudo mundo vai te endeusar. Mas não é isso.

    E sobre Bakuman, eu peguei o mangá pra ler porque fiquei curiosa em ver como eles apresentam os métodos e producao do mangá la no Japão. Tirando algumas coisa na história que me incomodaram, achei legal, é bom pra você ter uma visão de como funciona lá e ver que mangá e tratado como produto, com suas estratégias e afins.
    O problema é que com isso apareceu muita gente achando que é o próximo eiji niizuma ou coisa do tipo, que só porque leu o mangá agora é doutor no assunto e etc...fora o maldito uso do termo name, falem rafe ou storyboard que é a mesma coisa! >___>

    Bom, acho que é isso! Fico no aguardo por mais novidades!

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